Pai - Amigo - Irmão

08/08/2013 23:00

Meu pai-árvore:
Tronco pleno de seiva nutritiva, modelo de retidão.
Raízes profundas, fincadas no amor e na hombridade;|
galhos frondosos a espraiar agasalho e frescores.

Meu pai-instrutor:
Farol que ilumina a caminhada pelo tortuoso trânsito da vida,
ensinando a estacionar, a reduzir a marcha, a respeitar os sinais,
a brecar sem risco, a seguir em frente, sem atropelos e com fé.

Meu pai-ourives:
Cadinho que faz o metal informe transformando-se em jóias,
embora, algumas vezes, não tão perfeitas com ele as deseja,
mas o buril de Cronos ajuda a aprimorá-las.

Meu pai-escultor:
Goiva que apara as arestas com precisão e brandura,
para a madeira bruta tomar forma e exprimir a própria essência.

Meu pai-amigo:
Ouvidos que escutam com atenção,
boca que profere conselhos, coluna que oferece apoio.

Meu pai-mãe:
Oásis acolhedor a mitigar a sede,
mãos generosas, abertas para a oferta, sempre.


Rosa Maria Aires da Cunha

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